Esperei com ansiedade por esse momento. Acredito que passei a maior parte da minha vida pensando em me formar. Infelizmente quando se é criança as pessoas projetam o seu futuro e valorizam não o que você é, mas o que será com frases do tipo: “ah, ela vai ser uma moça linda”, “o que você quer ser quando crescer?”, “você quer ter a profissão do seu pai ou da sua mãe?”, “ahh, quando você crescer vai mudar”, etc, etc.
Eu ,por exemplo, fui uma criança muito tímida e desengonçada, algumas pessoas falavam que eu era inteligente e isso ficou na minha cabeça… por isso, desde muito cedo sonhava em ir para a faculdade. Sonhava em cursar psicologia e eu lutava contra me pai que discordava de mim. Li textos, livros relacionados à mente humana, mensagens subliminares, psicologia infantil e outros. Só que como a maioria dos adolescentes, me senti muito insegura na ano do vestibular, tinha muito que estudar e havia perdido a certeza do curso que realmente queria. Fiz testes vocacionais.Todos resultaram para área social, representada por Relações Públicas, Pedagogia, Serviço Social e… Psicologia.
Comecei a perceber que o curso que tanto sonhei, apesar de ser uma profissão linda, não era bem a rotina que desejava ter por anos. No desespero perguntei a minha irmã o que fazer, ela me disse o que era o Serviço Social e que com certeza eu me identificaria com o curso. Em 2005 passei em 2º lugar em Serviço Social o que resultou em grande alegria e algumas doses a mais de vinho lá em casa… Fui totalmente dedicada no primeiro ano, porém era individualista e acho que bem chata! No segundo ano- crise total- quis mudar para o curso de história. Ainda bem que a minha amiga Symone me convenceu a não desistir! No terceiro ano me apaixonei pelo curso graças aos meus colegas de estágios e ao apoio de assistentes sociais.
Quem cursa Serviço Social sabe o quanto é difícil analisar a realidade como ela é, também das dificuldades para colocar projetos em frente; a ausência de verbas do governo; agüentar alguns debates inférteis na faculdade, e ver claramente a diferença entre discurso e realidade de muitos docentes. Marx deve ter se remexido muito no túmulo de tanto que já o xinguei! concordo com ele em muitos pontos, só acredito que não devemos nos limitar e desconhecer outros pensadores.
Claro.. também tem MUITAS coisas boas na faculdade, aprendemos teorias, práticas, definimos o que queremos e o que não queremos ser. Quanto aprendemos com as pessoas ao nosso redor! E com elas começamos a nos despir de preconceitos, aprender como lidar com as pessoas e principalmente o valor da verdadeira amizade. Lembrei-me de uma conversa com meu professor no ano do vestibular, ele me perguntou qual curso eu iria fazer, respondi : Serviço Social,ele por fim me disse: “Prepare-se para ouvir!”.
No curso compreendermos que estamos numa teoria distante da psicologia, e coitado de quem citar que Serviço Social é uma vocação ou qualquer coisa ligada a religião. Só que não há como ser um bom profissional se não ouvir e interpretar as necessidades de um usuário, de um grupo… e como não seguir o apóstolo João que pede para que Todas as nossas coisas sejam feitas com Amor!